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Impressões da América Latina: 10 perguntas ao Dr. Oswaldo Scopin
(versão em Português)

Líderes de opinião respondem 10 perguntas

by Oliver Goetzendorff
Primeira publicação: Dental Tribune Latinoamérica, 08/12/2021

Dr. Oswaldo Scopin
O especialista brasileiro Dr. Oswaldo Scopin diz que a principal lição da pandemia é que precisamos cuidar uns dos outros, respeitar e proteger o planeta em que vivemos.

O Prof. Dr. Oswaldo Scopin é um reconhecido especialista brasileiro em Odontologia Estética, Reabilitação e Implantologia Oral. Com doutorado em Prótese Dental e pós-graduado em Prótese Dental e Oclusão pela New York University, onde atuou como “Teaching Fellow” (professor assistente clínico), foi editor chefe do “Journal of Clinical Dentistry and Research”. Atualmente, além de palestrante internacional com cursos em mais de 25 países, é Diretor dos Programas de Especialização em Odontologia Estética e Implantodontia do Centro Universitário SENAC em São Paulo.

1. Como a pandemia lhe afetou em seu consultório e em nível pessoal?

Eu vivo em Piracicaba, no estado de São Paulo, que é o estado mais rico do Brasil. Tive que fechar o consultório por 30 dias, sem nenhum atendimento. Após esse período voltamos com um protocolo restrito de atendimento, e continuamos assim. Somos 8 profissionais em minha clínica e tivemos que ajustar muitas coisas pois os custos aumentaram e o fluxo de paciente diminui. Foi um período crítico e difícil mas de muito aprendizado tanto para minha equipe como minha família. Acredito que a sociedade vai superar esse período de maneira positiva, eu tenho crença que nós, humanos, mesmo com tantas diferenças culturais e religiosas, temos em nosso DNA o cuidado com o próximo.

2. Qual é a situação atual pandemia em seu país?

Infelizmente muitas vidas foram perdidas, e isso é uma dor muito grande, para todos no Brasil. Mas no momento a vacinação está acelerada e o número de casos e mortes caindo a cada dia. Estamos com muita esperança por dias cada vez melhores.

3. De que forma o controle de infecções mudou em seu país e particularmente em seu consultório?

Em minha clínica sempre fomos muitos cuidadosos, mesmo antes da pandemia. Entretanto como era uma doença desconhecida, no início foi um pouco mais difícil até por um estresse emocional, hoje ainda temos muitas dúvidas, e os cuidados continuam como por exemplo: redução do número de pessoas atendidas por dia e utilização de protetor facial. Mas lidamos bem com essa situação. Nós dentistas, sempre tivemos a cultura de cuidar muito bem dessa área de biossegurança, tanto com equipamentos assim como em procedimentos.

Creio que nós, humanos, temos em nosso DNA o cuidado com o próximo.

Dr. Oswaldo Scopin, Brasil

4. Quais medidas você adotou?

Respondido acima.

5. Houve alteração nos regulamentos de controle de infecções pelas autoridades ou pelo governo?

Sim, mas para a área de odontologia as regras já eram rígidas, e foram somente ajustes que vieram melhorar o conjunto de ações de biossegurança.

6. Você implementou cursos online e qual é o status da formação contínua?

Realizei alguns cursos on-line, e durante a pandemia toda parte teórica foi via internet. Os congressos e grande eventos foram cancelados, e cursos com atendimento a paciente ficaram restritos, e muitos somente irão retornar em 2022. Foi um período muito difícil para a área de eventos e congressos. Eu voltei com meus cursos presenciais em meu centro de ensino em setembro de 2020, com 30% da capacidade, e somente no segundo semestre de 2021 que foi autorizado a volta ao normal, ainda com uso de máscaras. Mas a educação presencial vai voltar com tudo, a odontologia é prática clínica, e o ser humano necessita de contato para melhor aprendizado.

Dr. Oswaldo Scopin
Dr. Scopin acredita que todos devem desempenhar seu papel na sociedade com ética e sabedoria.

7. Qual é a situação das universidades e dos cursos de pós-graduação?

Muitas universidades ainda não voltaram. Há universidades públicas em São Paulo que somente retornarão o presencial em 2022. A maioria dos cursos teóricos estão sendo on-line, e o presencial em algumas entidades privadas estão voltando aos poucos. O ensino de odontologia foi bem afetado na minha opinião, em todo o mundo. Entretanto está sendo um desafio para os professores, que estão se adequando e adaptando para o ensino on-line de maneira rápida, visto que é uma tendência em termos “modelos híbridos”, misto de presencial e on-line.

8. Qual o principal aprendizado após 19 meses de pandemia?

Que precisamos cuidar uns dos outros, respeitar e proteger o planeta que vivemos. Políticos não podem ser cientistas e cientistas não podem ser políticos ! Cada um tem que fazer seu papel na sociedade com ética e sabedoria. Na parte da educação percebemos que sempre será necessário a presença de bons professores e educadores tanto no modo presencial assim como no a distância via internet.

9. Como você prevê os próximos 6 meses?

De crescimento, acho que será um bom ano para o mundo. Tenho esperança e fé. Sim há uma crise decorrente de tudo isso mas vamos vencer, já houve tragédias maiores e a humanidade sempre se reinventou. Espero que desta vez para o bem estar e a saúde de todos.

10. O que pessoalmente deseja para o futuro?

Que os benefícios da ciência em todos os níveis, cheguem de maneira igualitária quando o assunto for a melhoria da saúde da população.


"Impressões da América Latina: Líderes de opinião respondem 10 perguntas" é uma série regular da Dental Tribune desenvolvida por Oliver Goetzendorff, Diretor para a América Latina da empresa W&H.


Contato W&H América Latina:
latam@wh.com

Oliver Goetzendorff
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